Primeiro, há diferença entre os termos?
Podemos começar considerando "religioso" ou "religiosa" a pessoa adepta de um seita e "religiosidade" como o ato de praticar determinada ação em virtude desta.
Assim, um(a) religioso(a) pode expressar religiosidade em determinados momentos e em outros não. E será partindo desse ponto que responderemos a pergunta do título.
Já comentamos o problema das crenças dentro de um debate (leia sobre isso aqui) e a religião na política (veja aqui). Mas se a religiosidade, prática de atos religiosos, pode ser um problema para condução de políticas públicas, o que dizer sobre as pessoas religiosas? Devemos afastá-las?
Bem, o tema é bem polêmico, mas vamos usar o contrário para compreender. Boa parte dos religiosos fervorosos confundem o Estado laico com um Estado ateu. Um erro grave de compreensão sobre a divergência entre não misturar política com religião, no primeiro caso, contra perseguir práticas religiosas e restringir manifestações de cunho religioso, no segundo.
Deste modo, o fato de possuir ateus a frente do comando político não faz o Estado ser um Estado ateu. As práticas realizadas por esse ateu é que podem concretizar isto. Fato é que a posição de ateu deve ser mantida na esfera privada, mas não imposta em políticas que visam harmonizar toda uma sociedade, composta por religiosos também.
Então, trazendo para o nosso foco de debate, o problema não está em um governante possuir religião, mas ele utilizar práticas religiosas (religiosidade) para conduzir seus trabalhos na esfera pública. Um Estado pode ser laico com alguns representantes religiosos, desde que estes não imponham suas moralidades para condução de toda população.
Deu para entender né?
Obviamente, há religiões que exigem uma prática constante, ou seja, tudo que se é feito deve ser com religiosidade total. Onde seus caminhos e ações são feitos a partir de um contexto puramente religioso.
Essas são mais "perigosas", pois irão exigir religiosidade 24 horas, influenciando na vida política.
Se você leu o nosso artigo sobre crenças, sabes bem do que estou falando.
Não é justo perseguir um representante ou pessoa pelo fato de possuir religião, mas quando este deseja manifestar essa "escolha" na condução da vida política, a qual interfere na vida de ateus, agnósticos e pessoas de demais religiões, aí sim, o ato gerado deve ser passível de total crítica.
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