quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Confronto de Interesses no PMDB

Como gerenciar esses três sendo base do governo?

O primeiro, à esquerda, virou oposição.
O segundo, no meio, é o articulador do governo.
O terceiro, à direita, vai e vem. Sua oscilação entre apoio e pressão o deixa em cima do muro.

Na última semana, Renan propôs uma "agenda-positiva" ao Senado para reativar a economia. A agenda deve incluir medidas reformistas em diversos setores ajudando o governo federal com o ajuste fiscal e o planejamento de concessões, por exemplo. Um dos pontos pode ser a tão sonhada unificação do ICMS para dar fim à "guerra fiscal" entre os estados da federação.

O que sucedeu após a proposição da agenda do Senado ao governo por Renan?

Como sempre, vários movimentos e especulações frente as câmeras e fora delas.
Temer se encontrou com o ex-presidente Lula e afirmou que este aprovou as medidas apresentadas pelo presidente do Senado. Lula elogiou a proposta e disse que é possível trabalhar em cima dela.

O que foi especulado, e concretizado nas falas do cacique da Câmara, Eduardo Cunha, é que a movimentação da base está excluindo uma das casas do Congresso Nacional da medida.
“O Brasil tem que ter solução com a participação de todos. Não existe solução individual para nada. Vivemos um sistema bicameral e nada funcionará se as duas Casas não participarem”, afirmou Cunha.

Ainda, o presidente da Câmara alega que muitas das medidas são originárias da sua casa e, por isso, exige maior participação sob essa agenda nacional. 

Em contrapartida, alguns jornalistas afirmam que a aproximação da base do governo com Renan Calheiros pode esconder ou diminuir o papel de Michel Temer. Cunha comentou sobre o caso reforçando o forte papel do vice-presidente como articulador do governo e que se isso fosse alterado "só quem perde é o governo".

Michel Temer já reduz qualquer hipótese de conflito entre as lideranças do PMDB, os quais são presidentes das casas no Congresso que tem complicado a vida do governo federal.

"A ideia do presidente Renan sempre foi, ao apresentar uma proposta que nasceu no Senado, aí da sua lavra, na verdade, chamar a Câmara dos Deputados. É o que eu vou fazer agora com os deputados do PMDB e, sequencialmente, é o que vamos fazer num encontro entre o presidente Renan e o presidente Eduardo", afirmou o vice-presidente.

"Então a sensação que eu tenho, e espero que se transforme numa convicção, é de que a Câmara vai colaborar, porque a Câmara dos Deputados também está preocupada com o país. Lá na Câmara estão os representantes do povo brasileiro. Ninguém quer que o Brasil vá mal. E eu tenho absoluta convicção de que a Câmara vai colaborar", completou Temer.

Talvez a aproximação com Renan faça a briga ser menos Congresso x Executivo e mais Senado x Câmara. Porém, tudo dependerá da capacidade de mobilizar a base e trabalhar com a oposição dentro das casas. Algo difícil neste momento em que poucos se considerar base e a oposição insiste na polarização política.

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