sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Brasil intolerante é reflexo da onda conservadora!

O conservadorismo social prejudica o debate.

Lembra da análise quase global de que o Brasil é um país diverso?
Pois ele é mesmo. É diverso etnicamente, religiosamente, politicamente e economicamente.
Terra de várias culturas, onde ao passar de um estado para o outro nota-se claramente uma nova visão, novos costumes e um traço regional único.

Porém, o crescimento do conservadorismo, principalmente de base religiosa fundamentalista, vem tumultuando o debate democrático no âmbito macro e microcósmico a respeito disso.

Primeiro papel é distinguir o conservadorismo ou, pelo menos, classificá-lo dentro desse debate.
Existe o conservadorismo econômico, o qual postula-se contrário a lógica pura da sociedade de mercado e o neoliberalismo. Este não nos interessa no momento.

Há o conservadorismo temerário, ou seja, aquele que não se pauta em preocupação do interesse público. Assim, ele pode se manifestar no âmbito totalitarista/ditador.

O que nos importa, agora, é o conservadorismo ligado à direita política dentro do aspecto democrático. Sendo assim, a visão de sociedade que muitos partidos de direita estão adquirindo para se alinhar a visão de indivíduo livre e capaz de construir a sua história dentro de uma conjuntura capitalista pura. Algo notável dentro de grande parte do partido republicano nos EUA, por exemplo.

Dentro desse contexto é que percebemos tanto a contradição ideológica quanto a intolerância.
Ora, a primeira se dá pela regulação de assuntos como a restrição ao aborto, drogas e pautas LGBT, para exemplificar. Se a máxima da lógica de mercado é que o Estado não interfira nas relações entre os indivíduos para que estes tenham a capacidade de mobilizar esforços sozinhos ou em grupo na realização de seus objetivos de vida, por que inibir a liberdade nos temas levantados acima?

Essa abordagem é porque os conservadores possuem grande aversão às revoltas e revoluções. A mudança rápida para uma nova ordem de estado é motivo de desgosto dos conservadores. Estes acreditam na transformação gradual da moral sendo posteriormente convertida em lei de estado.

Bem, o parágrafo acima não é nocivo até que para achar base de discurso e enfatizá-lo como visão de sociedade, os princípios justificáveis são frequentemente encontrados no fundamentalismo religioso, ou seja, os religiosos de "carteirinha".
Então, a defesa das pautas conservadoras sociais ficam pautadas numa concepção fundamentalista cristã, no caso do Brasil e dos EUA.

A questão é que transformação gradual não há no fundamentalismo, outro motivo de quebra ideológica do próprio conceito. A religião como instrumento para conduzir a moralidade possui grande propensão a descartar mudanças. Fato presente em temáticas não justificáveis por princípios da crença, onde essas pautas são descartadas de imediato sem debate democrático.

Então, o resultante dessa junção é a intolerância. Ora, o indivíduo não é analisado sob o ponto de vista sociológico e antropológico. Este está inserido numa condição de submissão ao divino. As leis do divino imperam sobre a condução da vida humana. Isso cria categorizações e o que não se encaixa dentro da categorização tida como "aceitável" é colocada em posição inferior ou passível de coibição.

O descarte por motivo fundamentalista cristão que era visto no âmbito privado começa a dominar a esfera pública. Isso é o que consideramos um perigo para a democracia!

A polarização de tudo implica em enfraquecimento de debate e posição de eterno confronto entre ativismos.

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