terça-feira, 18 de agosto de 2015

Impeachment não é bom pro Brasil, diz New York Times

Parece que o jornal americano compreende algo que o povo brasileiro não.

O grande jornal americano de influência notável no mundo, The New York Times (NYT), comentou a crise econômica e política presente em nossa nação.

Segundo o NYT, o país "está em farrapos". Os escândalos com a Lava Jato, a baixa popularidade da presidente com o povo que protesta nas ruas e rebaixamento do rating pela Moody's são os fatores apontados pelo jornal como causas da recessão brasileira.

Mas tudo está um caos?

"No meio de toda essa turbulência, é fácil perder as boas notícias", diz o jornal, apontando a força das instituições democráticas do Brasil.

O Ministério Público Federal, segundo o NYT, tem agido com independência e vem remodelando a visão dos brasileiro com relação à impunidade, a qual é benéfica aos mais poderosos da política e da elite dos negócios. 

O jornal cita como exemplos as prisões dos ex-executivos da Petrobras, do presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, e até mesmo do almirante que cuidou do programa nuclear brasileiro, Othon Luiz Pinheiro da Silva.

"Ela, admiravelmente, não fez nenhum esforço para impedir ou influenciar as investigações", afirma o jornal sobre a relação da presidente com a operação. Aponta, ainda, como Dilma "tem consistentemente enfatizado que ninguém está acima da lei",  reconduzindo Rodrigo Janot à Procuradoria Geral da República.

Em relação às investigações sobre a presidente Dilma e o ex-presidente Lula, o jornal lembra que, antes de alcançar a Presidência, Dilma foi ministra de Minas e Energia e, portanto, comandou a Petrobras durante sete anos.

Como não há evidências de ações ilegais por parte da presidente, o jornal declara que, mesmo sendo "sem dúvidas, responsável por grande parte da má gestão que afundou a economia brasileira", não existem crimes que responsabilizem Dilma. 

Segundo o jornal, um impeachment nessas circunstâncias causaria sérios danos a uma democracia que vem ganhando força há 30 anos. "E não há nada que dê a entender que qualquer outro líder irá fazer algum trabalho melhor com a economia", diz o editorial sobre os ajustes que o governo Dilma tem realizado.

O New York Times admite que os brasileiros estão passando por um momento delicado, mas aconselha: "as coisas tendem a piorar antes de melhorar". E adverte que a solução não virá se "minarmos" as instituições democráticas que ultimamente têm sido a garantia da estabilidade.

O que nos prova que o impeachment, agora, demonstra a ignorância de projetar um Brasil melhor apenas com "troca de cadeiras" no executivo. Se o nome de Dilma aparecer na Lava Jato, obviamente que se terá motivos legais para o pedido. Neste momento, a ação é mais de ódio do que de consciência política e demonstra algo que já comentamos aqui: a frágil democracia brasileira.

Posts Relacionados:

Os "anti-tudo" e "pró-nada"!
A auto-enganação preferida: se o regime mudar, as coisas melhoram.
Democracia Frágil: uma construção histórica!

Deixe a sua opinião:

Nenhum comentário :

Postar um comentário