sexta-feira, 31 de julho de 2015

A maravilhosa farsa da meritocracia!

Meritocracia alcançada em primeiro momento já deixa de ser no segundo!


Vejamos, a meritocracia é a teoria de que você ganha conforme o seu esforço. Vem da tentativa nobre de valorizar o trabalho, premiar o melhor desempenho, gerar riqueza para sociedade e combater o nepotismo.

Um ideal bonito com execução falha. Mas só a execução?
Há os que criticam a meritocracia no como ela é apresentada. Como os comunistas dizem sobre a teoria de Marx: ela funciona, mas nunca ninguém fez funcionar. Porém, caminharemos para analisar sua essência.

A primeira parte, comentaremos a imagem a seguir:
A imagem supõe que as políticas públicas ineficientes conduzem ao erro da teoria, ao seu viés.
A solução seriam políticas públicas que adequassem as pessoas a um sistema justo em que a disputa possuísse o mesmo grau de dificuldade para os integrantes e este venceriam por exclusivo mérito.

Pois bem, nesse caso teríamos um Estado interventor para alinhar essas desigualdades. Mas, justamente os defensores da meritocracia são contra essa atuação do Estado na sociedade. Afirmam que a "mão invisível" do mercado equilibra o processo de maneira natural.
Isso é o que eu chamo de "falha no primeiro estágio" da meritocracia. Ou seja, o ambiente nem propôs que ela pudesse ocorrer. Para que pudéssemos testar a teoria em execução plena.

Bem, mas e se tivermos sucesso neste primeiro estágio? Quero dizer, e se conseguirmos equilibrar a sociedade para uma concorrência justa por postos de trabalho, informação e profissionalização?

Aí então entraríamos no segundo estágio. 
Onde a meritocracia já deixaria de existir. Sim, isso mesmo!

Isto porque os ganhadores do primeiro estágio ideal assumiriam postos (classes sociais, status, visibilidade) maiores do que seus "derrotados". Assim, os filhos dessa geração estariam em posições desiguais novamente. Caberia ao Estado tentar equilibrar tudo e esse ciclo iria se repetir.

Mas, como funcionaria esse processo de equilíbrio em segundo estágio?
Quero dizer, os merecedores do primeiro estágio não poderiam usar seus méritos para proporcionar educação diferenciada aos seus filhos? Teriam que depender, como todos os outros, do mesmo nível de acesso à informação quando podem dispôr de recursos por mais?

A meritocracia é uma teoria com gargalos!
Sua execução teórica plena é utópica demais para o sistema globalizado que temos.

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